Com atuação de gala, Fúria vence rivais com gols de Silva, Alba, Torres e
Mata. Mesmo com derrota, Azzurra se garante na Copa das Confederações
hegemonia do futebol europeu e mundial tem dono. O mesmo dono há
quatro anos.
Neste domingo, a Espanha mostrou por que não tem adversário
na atualidade: goleou a Itália por 4 a 0, no Estádio Olímpico, em Kiev,
na Ucrânia, e sagrou-se tricampeã da Eurocopa (1964, 2008 e 2012). Foi o
terceiro título consecutivo de peso da Fúria, que, além dos dois
torneios continentais, levantou a taça da Copa do Mundo de 2010, na
África do Sul.
Os gols do título foram marcados por David Silva, Jordi Alba, Fernando
Torres e Juan Mata, todos atletas que não fazem parte da base da equipe
formada por Real Madrid e Barcelona - o lateral-esquerdo, no entanto,
foi contratado nos últimos dias pelo time culé. Torrer, por sua vez,
entrou para a história como o primeiro jogador a marcar em duas finais
da Euro. Foi dele o gol da vitória por 1 a 0 sobre a Alemanha, em 2008.
E o título foi à la Barcelona. A Espanha aproveitou para mostrar ao
mundo que o futebol de posse e toque de bola, criticado em alguns
momentos pela imprensa e por alguns torcedores, dá resultados. Foi
justamente desta maneira que a Fúria superou a Itália. Na genialidade de
Xavi e Iniesta, responsáveis pelos passes nos gols marcados por David
Silva, Jordi Alba e Fernando Torres, a equipe de Del Bosque tornou-se a
primeira na história a vencer a Eurocopa duas vezes consecutivas. Apesar
da derrota, a Azzurra ganhou um prêmio de consolação: a vaga na Copa
das Confederações de 2013, que será disputada no Brasil.
Vale lembrar também que o time de Del Bosque não vencia a Itália em
competições oficiais desde 1920. A última vitória havia acontecido em
partida válida pelos Jogos Olímpicos, na época disputado pelas seleções
principais. A Fúria venceu por 2 a 0 nas semifinais do torneio.
A partida começou da maneira como todos esperavam: a Espanha tocando
bola, e a Itália tentando marcar os rivais em busca de uma roubada de
bola. Mas não deu nem tempo para a Azzurra entrar no jogo. Logo aos nove
minutos, Xavi tabelou com Fàbregas na entrada da área e chutou por cima
do gol de Buffon. Foi o cartão de visitas.
No lance seguinte, o primeiro gol da Espanha. Iniesta fez um belo
lançamento para Fàbregas nas costas de Chiellini, que atuou improvisado
na lateral esquerda. O meia foi à linha de fundo e cruzou para David
Silva, que testou de cabeça para abrir o marcador. O lance não animou os
torcedores locais, que seguiram vaiando os toques de bola da Fúria e
apoiando a Itália.
A partir do gol, a Azzurra até tentou sair mais para o jogo. Pirlo,
Balotelli e Cassano tentavam levar a Azzurra ao ataque. Aos 21,
Prandelli perdeu Chiellini, que sentiu dores no joelho. Balzarerri, que
vinha atuando na lateral direita, entrou na vaga do zagueiro e passou a
atuar pelo lado esquerdo. Sete minutos depois, Cassano fez boa jogada e
finalizou para defesa de Casillas.
Um pouco superior, a Itália até evitava o toque de bola da Espanha,
assustando a Fúria, principalmente, em bolas paradas. Em escanteios ou
faltas próximas ao gol, Andrea Pirlo buscava os atletas mais altos da
Azzurra na grande área espanhola. Mas em todos os lances, Casillas
apareceu para cortar ou fazer a defesa com segurança.
E foi aproveitando essa saída da Itália em busca do empate que a
Espanha fez o segundo gol. Aos 40, Casillas deu um chutão, e a bola caiu
nos pés de Jordi Alba, que tocou para Xavi. O lateral avançou em
velocidade nas costas dos zagueiros, foi lançado pelo apoiador do
Barcelona, invadiu a área e tocou na saída de Buffon.
A Itália ainda tentou diminuir a diferença com Montolivo. O meia soltou
a bomba da entrada da área, e Casillas fez uma bela defesa no meio do
gol. Tudo observado por David Villa e Carles Puyol. Cortados da Fúria
por conta de lesões, eles estavam nas arquibancadas do Estádio
Olímipico.
A Itália voltou para a etapa final com uma alteração. Cassano deixou a
equipe para a entrada de Di Natale, justamente o autor do gol na partida
entre as duas seleções na primeira fase do torneio. O atacante teve uma
ótima oportunidade de diminuir a diferença logo aos seis minutos. Ele
recebeu completamente livre dentro da área e chutou em cima de Casillas,
que não sofre um gol em partidas de mata-mata desde a Copa de 2006.
Aos 15, mais um problema para a Itália. Thiago Motta, que havia acabado
de entrar em campo, sentiu um problema muscular e deixou a equipe
italiana. Com as três alteraçõe já realizadas, a Azzurra ficou com um
jogador a menos em campo. E foi justamente a partir daí que o time de
Cesare Prandelli passou a ter muitas dificuldades para sair da defesa
para o ataque.
E a Espanha? A Fúria não tinha problemas. Tocava a bola, buscava o
espaço para tentar fazer mais gols e matar de vez a decisão da Euro. Com
dez, a Itália até tentava, mas em vão. A vida da equipe de Del Bosque
ficou bem mais fácil. Se tocar a bola no 11 contra 11 já era algo
normal, com um a mais se tornou ainda mais tranquilo.
E foi com calma que a Espanha chegou ao terceiro gol. A Itália saiu
jogando errado, e a bola sobrou para Xavi, que lançou para Fernando
Torres, aos 38. O atacante recebeu em velocidade, invadiu a área e tocou
na saída de Buffon. Quatro minutos depois, a goleada era sacramentada: o
atacante do Chelsea recebeu dentro da área e rolou para Juan Mata
marcar mais um.
O resultado foi o maior da história das finais da Eurocopa. Após o
apito final do português Pedro Proença, festa espanhola, que só sofreu
um gol na competição, no gramado do Estádio Olímpico de Kiev. Enquanto
os italianos ficaram decepcionados, os atletas da Fúria comemoraram com
os filhos e as esposas, que puderam ter acesso ao gramado.
G1.com.