As discussões, mais uma vez, estão reabertas. Qual é o limite de Lionel Messi?
Seria ele o maior jogador de todos os tempos? O que faltaria para
assumir o posto que para muitos é do Rei Pelé? As respostas para
perguntas tão complexas surgem em forma de gols. E recordes. Neste
domingo, o craque argentino voltou a decidir na suada vitória do
Barcelona sobre o Real Bétis, por 2 a 1, no Estádio Benito Villamarín,
pela 15ª rodada do Campeonato Espanhol. Mas os três pontos não foram
quase nada perto do que o camisa 10 atingiu. Com os dois gols marcados,
ele chegou aos 86 em 2012, superou o alemão Gerd Müller e se tornou o
maior artilheiro da história do futebol em um só ano. Como dizem: o
mundo agora já pode acabar.
O mais curioso envolvendo o atacante é que na véspera ele sequer estava
confirmado para o jogo. A dúvida era fruto de uma lesão sofrida no
empate sem gols com o Benfica, no meio de semana, pela Liga dos
Campeões. Messi ignorou a folga, treinou com o grupo e acabou viajando
para Sevilha, completando a sua 66ª partida no ano pelo Barcelona (57
jogos) e seleção argentina (nove) somados. Gerd Müller, o antigo
recordista, somou 85 gols em 60 confrontos pelo Bayern de Munique (53
jogos) e Alemanha (sete) em 1972.
Ainda que tivesse passado em branco, Messi teria ainda mais quatro
oportunidades para estabelecer a marca. Agora ele pode aumentá-la nos
jogos contra o Córdoba (ida e volta), pela Copa do Rei, e Atlético de
Madri, e Valladolid, pelo Espanhol. Depois disso, o próximo compromisso
do time de Tito Vilanova será apenas no dia 13 de janeiro, contra o
Málaga, devido à pausa para as festas de fim de ano.
Ao todo, foram 76 gols com a perna esquerda, cinco com a direita e
apenas quatro de cabeça - 64 deles saíram de bola rolando, enquanto 13
de pênalti e oito de falta. O Campeonato Espanhol foi a sua maior casa,
com 36 jogos e 56 gols. Na Liga dos Campeões, a média acima de um tento
por partida - 13 em 12. A lista é completada com três gols na Copa do
Rei (sete confrontos), dois na Supercopa da Espanha (dois duelos contra o
Real Madrid), cinco nas eliminatórias da Copa do Mundo de 2014 (cinco
jogos) e sete em amistosos (quatro partidas).
O resultado também impressiona de maneira coletiva. Após superar uma
forte pressão do Bétis no segundo tempo, com direito a três bolas na
trave de Victor Valdés, o Barcelona passa a somar 43 pontos após 15
partidas - já é dono do melhor início de competição da história, com 14
vitórias e apenas um empate. O vice-líder é o Atlético de Madri, com
campanha também empolgante após atropelar o Deportivo La Coruña, neste
domingo, no Vicente Calderón. A equipe de Falcao García, que marcou
cinco vezes, tem 37 pontos. O Bétis, que descontou com Rúben Castro, é o
quinto, com 25.
Mas já, Messi?
A confirmação de que Messi estaria em campo desde o minuto inicial
deixou um clima de suspense em Sevilha. Pela sequência em 2012, seria
improvável que o argentino não se igualasse ao menos a Gerd Müller, com
85 gols. Mas ele tratou de resolver a questão em minutos. O Barcelona
abriu o placar aos 15 minutos. Em jogada só dele, o camisa 10 costurou
os marcadores até bater cruzado, no canto esquerdo de Adrián.
Iniesta também era destaque. Logo em seguida, aos 17, o meio-campista
por muito pouco não anotou um golaço daqueles. Da intermediária, ele viu
Adrián adiantado e resolveu tocar de cobertura. O arqueiro se redimiu e
mandou para escanteio.
Aos 24, porém, não houve jeito: o camisa 8 assumiu sua função de garçom
e, com um lindo toque de calcanhar, completou a tabela com Messi. O
atacante novamente finalizou cruzado para fazer o seu segundo, 86º no
ano, 192º em jogos de Campeonato Espanhol - números que também o
ajudaram a superar César Rodríguez (190 gols em 287 jogos) como
artilheiro catalão na liga. Messi chegou a apenas à sua 192ª partida na
competição.
Fonte: G1.com
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