A pré-candidata a vice do deputado federal ACM Neto (DEM) na
disputa pela prefeitura de Salvador, Célia Oliveira de Jesus Sacramento
(PV), 44 anos, desde cedo se interessou pela política.
Filha
de um casal de baianos que se encontrou e casou em São Paulo, mas
voltou para Salvador, Célia ainda pequena acompanhava a movimentação da
mãe, Antonia Oliveira de Jesus, à frente da Associação dos Moradores de
Praia Grande, no Subúrbio Rodoviário. Dona Antonia fora uma das
fundadoras da entidade e também participara da organização do PT na
Bahia.
O
exemplo materno de organizar ações coletivas para solucionar problemas
comuns seria seguido pela filha. Na adolescência, Célia inaugurou sua
atuação política como tesoureira do Grêmio Estudantil da Escola João
Pedro dos Santos, no Bonocô. A partir daí, o engajamento no movimento
social foi natural, participando ativamente das lutas pela promoção da
igualdade.
As
dificuldades enfrentadas por jovens negros, estudantes de escolas
públicas, como ela, para entrar na universidade estimularam Célia
Sacramento a participar do Instituto Steve Biko. A entidade que
homenageia o líder negro que lutou contra o regime segregacionista do
apartheid na África do Sul oferece curso de pré-vestibular gratuito a
alunos negros da rede pública de ensino.
Aliada
ao exemplo prático da mãe, a formação política de Célia se deu também
pelos livros. Ela se emociona quando lembra que o falecido pai, Antonio
Oliveira de Jesus, sempre incentivou o hábito da leitura entre os
filhos. Sapateiro, com ponto na Rua do Paraíso, no Centro de Salvador,
Careca, como era conhecido pelos clientes, tinha um jeito muito peculiar
de levar livros para os filhos. “Ele não tinha uma renda que lhe
permitisse comprar livros frequentemente para nós. Então, como fazia
muitos serviços para estudantes, principalmente do Colégio Central, ele
pedia livros emprestados, que nos dava para ler, e os devolvia na
entrega do sapato”, conta.
Outra
forte influência em sua formação política foram os professores que
teve. Dentre eles, Célia destaca o mestre Everaldo Boa Morte. “Naquele
tempo eram poucos os professores negros na escola pública e o professor
Everaldo abriu bastante a minha cabeça com as discussões que ele
promovia em sala de aula. Outro dia o reencontrei, dirigindo uma van,
fazendo transporte, num exemplo claro dos baixos salários que são pagos
aos nossos professores, que tanta importância têm em nossas vidas”.
O
engajamento político nas causas do movimento social não está dissociado
de uma vida de trabalho e muito estudo. No segundo grau, Célia, por
influência do tio Agnaldo Cyrino da Costa, fez opção pelo curso técnico
de contabilidade. Conciliou aulas com estágios e ganhou gosto pela
atividade. Graduou-se em contabilidade pela Faculdade Visconde de Cayru,
onde militou também no movimento estudantil, fazendo parte do DA. Fez
mestrado na Universidade de São Paulo (USP) e doutorado pela
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Especialista
em planejamento tributário, direito eleitoral, auditoria e perícia
contábil, ela atualmente é professora da Universidade Federal da Bahia
(Ufba) e dos cursos de pós graduação da Mauricio de Nassau, da UNIJORGE,
UNIME, FGC e da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).
Graduada também em direito, o currículo de Célia Sacramento é vasto. Tem
uma empresa de auditoria independente (Audpec), é conselheira
licenciada do Conselho Regional de Contabilidade (CRC) e ocupou por duas
gestões a presidência do Conselho Municipal da Mulher.
Filiada
há seis anos ao PV, legenda pela qual concorreu à Câmara Municipal, em
2008, e à Câmara Federal, em 2010, Célia está muito confiante no sucesso
da aliança com o Democratas. “Me surpreendi nas conversas mantidas com
ACM Neto, quando ele propôs a construção conjunta do projeto de um novo
governo para Salvador, valorizando as políticas de promoção da igualdade
e a questão do meio ambiente e da sustentabilidade. Ele já havia
chamado minha atenção nas eleições de 2008, quando foi o único candidato
que apresentou um projeto para a cidade. Agora vamos juntos inaugurar
uma nova história na política baiana”.
Fonte: interiordabahia.com.br
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