Uma adolescente de 15 anos que teve a cabeça raspada pelo pai após
tirar notas baixas na escola, em Rondonópolis, a 218 quilômetros de
Cuiabá, declarou que, além de cortar o cabelo dela, o microempresário
ainda ameaçou matá-la com uma arma de fogo e disparou um tiro para o
alto com o intuito de assustá-la. Ela contou ao G1 que o
pai a torturou, a agrediu no momento em que raspava a sua cabeça e, ao
final, ainda a obrigou a recolher os cabelos que ficaram no chão.
"Ele começou a me agredir na frente dos meu amigos, que moram perto da
minha casa, e disse que a primeira coisa que iria fazer era cortar meu
cabelo e que se eu mexesse enquanto ele cortava iria furar a minha
garganta. A todo o tempo ele me batia e quando eu caía no chão ele
mandava eu levantar só para ele ver o tombo. Numa hora dessas, eu caí e
ele ficou apontando a arma para mim", relatou a vítima, que após a
agressão encontra-se escondida junto com a mãe, que é separada do pai.
Elas afirmam que estão com medo, já que o suspeito ameaçou matá-las.
A adolescente contou que o pai sabia o quanto ela gostava dos cabelos e
se irritava pelos cuidados que ela tinha. "No dia que ele raspou a
minha cabeça, eu tinha cortado e franja e pintado meu cabelo", afirmou.
Após a agressão, ocorrida na quinta-feira (25), ela disse ter passado a
noite acordada com medo de que o pai pudesse matá-la. "No outro dia cedo
ele mandou que eu fosse trabalhar mesmo careca. Daí fui limpar meus
sapatos. Ele ficava o tempo todo atrás de mim. Comecei a tremer e a
chorar", lembrou.
Depois, conforme a vítima, o pai disse que ela não iria mais trabalhar.
"Ele falou que não era para eu trabalhar mais e que eu tinha perdido
meus cabelos, meu emprego e o ano letivo". No mesmo dia à tarde, o
suspeito a levou até um salão de beleza de um amigo dele e mandou que
terminasse de raspar a cabeça dela. No entanto, a adolescente falou que
não queria e o cabeleireiro se recusou a fazê-lo sem o consentimento
dela.
Fonte: G1.com
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