Joelmir tinha 75 anos e mais de 55 anos de carreira.
O corpo do jornalista Joelmir Beting era
velado no Cemitério do Morumbi, na Zona Sul de São Paulo, desde as 8h desta
quinta-feira (29). Ele morreu no início desta madrugada aos 75 anos. Beting
estava internado desde o dia 22 de outubro no Hospital Israelita Albert
Einstein, em São Paulo, e, no domingo (25), sofreu um acidente vascular
encefálico hemorrágico (AVE).
O velório foi aberto ao público por
volta das 10h15. O término da cerimônia está previsto para as 14h. A cremação
ocorrerá no Cemitério Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, na Grande São
Paulo, às 16h, numa cerimônia restrita à família.
O governador de São Paulo Geraldo
Alckmin chegou ao velório por volta das 10h15 para prestar suas homenagens ao
jornalista. Segundo Alckmin, Joelmir Beting tinha duas capacidades singulares.
A primeira era o bom humor. “Dizem que o estado de permanente bom humor é uma
das melhores provas de inteligência. Era uma pessoa bem humorada, com bordões
inteligentes, um humor fino”. A outra capacidade que o governador destacou era
a de “traduzir o ‘economês’ para a vida cotidiana, para a vida prática das
pessoas”.
A mulher de Joelmir Beting, Lucila,
conversou com a imprensa no final desta manhã. “Ele foi um maridão. Ele só me
deu alegria. Ele procurava adivinhar as coisas que eu queria. Ele me encheu de
tranquilidade, foi um bom pai, um bom provedor, meu companheiro de fé”, disse.
Lucila ainda contou que o casal iria fazer 50 anos de casados no dia 14 de
abril. “Ele foi só um pouquinho antes. A gente comemora aqui e ele comemora
lá”, comentou.
O economista e ex-ministro da Fazenda
Delfim Netto também foi ao velório no final desta manhã. “Eu me comovo porque é
uma amizade muito longa. Eu aprendi muito com ele. Em matéria de comunicação
ele era absolutamente imbatível”, disse. Questionado sobre as críticas que
Beting fez à sua polícia econômica, respondeu: “Quando ele era crítico, ele
tinha razão”.
O deputado federal Paulo Maluf também
prestou suas homenagens ao jornalista no velório. “Ele foi mais do que um
amigo. Foi para nós todos um professor”, disse.
Carreira
Joelmir atuava como comentarista de economia no grupo Bandeirantes. Ele tinha mais de 55 anos de carreira.
Joelmir Beting nasceu em Tambaú,
interior de São Paulo, em 21 de dezembro de 1936. Em 1957, começou a estudar sociologia
na Universidade de São Paulo (USP) para fazer carreira no jornalismo. Em 1957,
iniciou carreira na editoria de esportes. Trabalhou nos jornais “O Esporte” e
“Diário Popular” e também na rádio Panamericana, que posteriormente virou Jovem
Pan.
Em 1962, sociólogo formado, trocou o
jornalismo esportivo pelo econômico. Em 1968, virou editor de economia do
jornal “Folha de S.Paulo”. Em 1970, lançou sua coluna diária, que foi publicada
durante anos por uma centena de jornais brasileiros, com o timbre da Agência
Estado.
Em 1991, o profissional iniciou nova
fase no jornal “O Estado de S.Paulo”. A coluna foi mantida até 30 de janeiro de
2004. No mesmo ano que ela foi lançada, em 1970, Joelmir também começou a
passar informações diárias sobre economia nas rádios Bandeirantes, CBN, Jovem
Pan e Gazeta e nas redes de TV Bandeirantes, Gazeta, Record e Globo, até 2003.
Em março de 2004 voltou ao grupo
Bandeirantes. Permaneceu até hoje como comentarista econômico nas rádios Band
News FM e Bandeirantes, e também do Jornal da Band, na TV. Também era um dos
âncoras do programa de entrevistas “Canal Livre”. Na Rede Globo, trabalhou por
18 anos.
Ele escreveu ainda dois livros: "Na
prática a teoria é outra" e "Os juros subversivos".
Joelmir Beting deixa dois filhos: o publicitário
Jean Franco e o jornalista esportivo Mauro.
Fonte: G1.com