Um grupo de pesquisadores liderado pelo brasileiro Pedro Peloso, do
Museu Americano de História Natural, em Nova York, descobriu uma nova
espécie de minissapo em uma restinga no Parque Estadual Paulo César
Vinha, na região litorânea de Guarapari (ES).
Os adultos medem cerca de 15 milímetros de comprimento e são da mesma
família dos populares sapos-cururu, apesar de não terem as glândulas de
veneno que caracterizam esse grupo.
O animal ganhou o nome de Melanophryniscus setiba, já que a região onde o bicho vive também é conhecido como “Restinga de Setiba”.
Peloso, que atualmente faz doutorado em biologia, explica que a
descrição da espécie foi um processo demorado, que começou em 2005,
quando ainda era estudante de graduação. “Por se tratar de um bicho bem
distinto, foi difícil de alocar ele num gênero. Por isso foi necessário
fazer uma análise de DNA”, conta. Também foi feita uma série de análises
da anatomia interna do anfíbio.
O sapinho possui coloração amarronzada que dificulta sua observação no
ambiente natural. Ele vive no chão da floresta, entre as folhas. Para
poder estudá-lo, a saída foi instalar baldes no chão para que exemplares
caíssem dentro, técnica comum para esse tipo de pesquisa.
“As restingas são ambientes altamente ameaçados, principalmente pela
expansão imobiliária e ocupação desordenada das praias. A descoberta
dessa nova espécie serve de alerta para a urgência de mais estudos e
preservação das restingas”, diz o pesquisador.
A identificação da nova espécie, publicada no periódico “American
Museum Novitates,” foi possível graças à colaboração do Museu Americano
de História Natural de Nova York, do Museu Argentino de Ciências
Naturais, da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), da Universidade
de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Fonte: G1.com
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