segunda-feira, 9 de abril de 2012

Queima do Judas atrai os moradores de Aroeira.

Os festejos da passagem pela Semana da Páscoa em Aroeira - Mairi na Bacia do Jacuípe, foi mais uma vez marcado por muita diversão.

 As comemorações da Páscoa em Aroeira existem a mais de 50 anos com CARETAS que são homens mascarados onde se trajam de homens e mulheres e que este ano contou com a participação de professores, professoras e alunos da Escola Municipal José Fernandes da Silva.

A diversão continuou com BUMBA-MEU-BOI que também, já é tradição. 
Logo após, as pessoas se concentraram na praça para se despedirem do Judas que é uma das mais belas atrações de Aroeira onde deixou seus pertences para muitos moradores dessa comunidade e também para os visitantes.
Barata e Severino
A produção do evento todos os anos fica por conta de Hozaná, Patricio, Jailton e o  Vereador Alan com apoio da Prefeitura Municipal de Mairi através da Secretaria de Educação e Cultura e a colaboração dos moradores da comunidade.
Antes da leitura do testamento, um filho da terra, (Reinaldo Jr) que mora em Salvador, falou da satisfação em participar desses festejos de Pascoa todos os anos.


Veja algumas partes do testamento:
 Povo de Aroeira
Povo hospitaleiro,
Vou contar a minha história
Porem sou muito ligeiro,
Quero morrer aqui
Porque cheguei primeiro.

Judas não trouxe sorte
Problemas andou a espalhar.
Mas, finalmente morreu,
E todos eles vamos queimar.
Que não sobre nem um pedaço,
Para não nos embaraçar.

Senhoras e senhores escutai:
Sua morte foi desastrosa.
E tudo que hoje ouvirão
Não vai ser contado em prosa.
Não quero ser testemunha
Da receita perigosa.

Queimam-no publicamente,
Riem-se no funeral.
E ainda aproveitam a noite
para fazer um arraial.
Falam muito de quem vive bem
Imagine de quem vive mal.

Agora vos vamos ler
O testamento que Judas deixou:
Será que vamos ter presentes?
Será que em todos nós pensou?
Se não esqueceu de ninguém,
É por que de todos gostou.

Esse ano é diferente
Minha família não podê estar
Prá falar pra esse povo
Que não cansa de lutar
Começarei os meus versos
Me perdoem quem não gostar.


Não trouxe a minha família
Pra vocês apresentar
Minha esposa Tranca Rua
Que gosta de arruaçar
Brigar e beber cachaça
E com alguém  irá casar.

Já meu filho Zé Piranha
De mulher não gosta não
Preferiu namorar homem
Pois é uma perdição
Ta de olho em alguém
Pra lhe lascar um beijão.

Eu me chamo Severino
E vim me apresentar
A vocês aroeirense
Povo espetacular
Mas tou de olho é em alguém
Para nós se atracar.

Apesar de me chamar Judas,
Ninguém foi denunciado.
Não cumpram a tradição
do boneco que é enforcado.
Pois minha morte é feia
Não é bom  morrer queimado.


Estou mesmo a terminar
Os versos do meu testamento
Lembrai-vos sempre de mim
Construí-me um monumento.
Vou morrer mesmo donzelo
sem achar um casamento.

Meu povo de Aroeira
Estou mesmo indo embora
Desculpem os meus versos
Pois foram feitos de última hora
Levo comigo alguém
PARA CONTAR MINHA HISTÓRIA.















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