quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Mascote da Copa de 2014, tatu-bola pode desaparecer da fauna brasileira


A escolha do tatu-bola (Tolypeutes tricinctus) pela Fifa como mascote da Copa do Mundo de 2014, que vai acontecer no Brasil, animou ambientalistas do país, que veem nisso uma oportunidade de divulgar informações sobre a espécie e alertar sobre o risco de extinção.
O anúncio oficial deve ocorrer apenas no próximo domingo, mas, nesta terça-feira (11), imagens do mascote já foram divulgadas no site de patentes europeias (OHIM), onde o desenho foi registrado pelo órgão máximo do futebol no mundo.
A proposta de ter o pequeno animal – ele pode medir no máximo 50 centímetros – como símbolo do megaevento esportivo foi apresentada à Fifa em fevereiro deste ano pela organização não-governamental Associação Caatinga, sediada no Ceará.
Segundo Rodrigo Castro, secretário-executivo da ONG, a adoção do tatu-bola, um animal "genuinamente brasileiro", como mascote seria uma forma de divulgar informações sobre a espécie pouco conhecida e que corre grande risco de desaparecer da natureza.

Alerta máximo

De acordo com o ministério do Meio Ambiente, a espécie integra a lista nacional de espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção.
A organização ambiental União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês) considera o tatu-bola como "vulnerável" na natureza.
Entretanto, há grandes chances de uma reclassificação para "criticamente ameaçado", de acordo com o Castro, que explicou que essa denominação seria um sinal amarelo antes de um provável colapso da espécie.
Sua população está distribuída por nove estados brasileiros, na Caatinga e no Cerrado, que perdem vastas áreas de vegetação devido à expansão urbana, às queimadas e à produção de carvão vegetal – grande parte na ilegalidade.
Segundo informações mais recentes do governo federal, o Cerrado já perdeu 48,5% de sua cobertura vegetal original, enquanto a Caatinga tem preservada apenas 54% de mata nativa. “Historicamente, a caça foi a grande vilã do tatu-bola, mas a urbanização e o aumento das atividades agrícolas têm afetado seu habitat”, disse Castro.
Tatu-bola ('Tolypeutes tricinctus') se defende de predadores enrolando seu corpo. A carapaça do animal lembra uma bola de futebol. (Foto: Divulgação/Associação Caatinga/Mark Payne-Gill/NaturePL)

Região de Caatinga no Nordeste do Brasil. Bioma é habitat do tatu-bola. (Foto: Divulgação/Mauro Pichorim)
 Fonte: G1.com

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